sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

DEDOS ALQUEBRADOS

fotografia, por SCG


Rio da vida. Um riso calmo, conhecedor, cúmplice. Venho pedindo silêncio a mim mesma, ao meu corpo agitado, ansioso, curioso. Venho pedindo silêncio a mim mesma para que a minha alma recoste-se no sofá da sala e ouça música calma... venho implorando por mim mesma, sem você, sem ele, desprovida de querer e nada consigo. E todo dia é o mesmo dia. E eu não alcanço a parte de fora do círculo.

Mas, ontem, eu me machuquei numa luta. A vida, risonha, faceira, me deu um presente, dedos alquebrados... e eu que não pisco o olho para ela para não perder nada, entendi, o silêncio veio e se apoderou de mim.

Suzana Guimarães



Nota: mesma publicação, na mesma data, em Contos de Lily.



5 comentários:

  1. A vida deu um jeito de te colocar no tatame. Só que ela não fez isso para vencer-te, só quis te mostrar o quanto és vencedora, amiga.
    Bjo, paz, sorrisos e... silêncio eloquente.

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  2. Su,

    Vou no comentário da Marinha.


    Por ai!

    Você é uma vencedora fora e dentro de um tatame.
    E sabe disso.

    Um beijoooooo moça tão querida por mim!

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  3. PS: Nem precisa digitar com os dedos quebrados.

    Eu aprendi a falar e sei que a gente se fala até pela ausência.
    Minha amizade com você é assim.
    Tão rica, tão bonita, que até em pensamento a gente se fala.


    Beijooooooooooooo Su!

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  4. Poesia.Gostei da parte em tu escreve a calma que precisa alcançar, é algo a ver com o equilibrio, algo que está cada vez mais raro.

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  5. É minha querida, ás vezes mesmo sem “piscar o olho” para ela, estamos no circulo e as vezes nisso há desordem e ponto.
    Basta apenas um bocejar para que , sobre um pouco de espaço e nesse vazio o proveito .
    Nesse rio a calmaria as vezes é dividida e eu já estive diante desse vizinho seu (rio) , pedindo soluções e depois diante desse rio veio um mar e meus olhos se espalharam com o sal e num manejo sem controle minha face inundou-se inteira e pequenas gotas que batiam no solo como se quisesse compor a melodia mais preciosa tornou-se silencio.
    A canção havia ficado por dentro de um coração tristonho e a distância entre rio e mar foram ficando longínqua, porque longe era espaço que existia quando o silencio se estala no quarto do peito.
    Gradual e tudo parece êxtase , quando é de silencio que se precisa, mas quando ele vem assim meio tsunami e invade a casa inteira a única coisa que resta a fazer é silenciar e lhe da o troco na exata medida, mas com um brilho nos olhos que só quem pisca para vida possui.

    Beijo lindona!
    Fernanda

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