domingo, 29 de janeiro de 2017




Pode aproveitar/furtar/usar as minhas ideias, pode repetir as palavras que gosto de usar, meu jeito, meu objetivo. Pode tentar e fazer à vontade porque sou um ser individual, sem clone. Não seja meu clone porque isso é feio. Seja você mesmo; é muito mais bonito! Fica feio você tentar juntar nós dois em seus escritos. Pensa antes de escrever, ou melhor, sinta. Eu sei que você consegue.

(Suzana Guimarães)


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O que o dicionário diz sobre nojo, plágio e o que eu entendo sobre poder.


(Suzana Guimarães - desenho por Hilário)


Significado da palavra Nojo:

"Asco; repulsa por algo desagradável; repugnância em relação a alguma coisa que faz com que alguém não queira estar perto dela."


Significado da palavra Plágio:

"Ato de copiar ideias."


E o que eu tenho a dizer sobre Poder:

Ter poder não significa estar podendo fazer algo, ou poder fazer algo. Isso é simples possibilidade. Ter poder é deixar de fazer ou não fazer quando se poderia fazer. Esse, sim, é o verdadeiro poder. 


Suzana Guimarães


quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Para não dizer que não falei sobre 20 de janeiro...

(arquivo pessoal de SCG)


Há exatamente oito anos, meus filhos e eu voávamos em direção à uma nova vida (que para mim nunca seria tão nova assim!); outro país, outra língua (minha carrasca!), outros amigos e colegas; clima diferente, hábitos diversos, rostos em um grande mosaico... tudo estranho; outros cheiros, outras chuvas (horrivelmente escassas!) e outros pássaros (apaixonei-me pelos corvos!)... silêncio nas ruas desertas de gente, ventos frios, códigos a serem decifrados. E eu, que vinha em constante desconstrução de mim, ergui belíssimas construções a minha volta, e também becos obscuros, pontes móveis, céus e infernos jamais desejados. Tornei-me outra; e outra, e outra.


Em nossa segunda escala, chegamos um pouco antes do amanhecer. Ainda no avião avistei a terra em pequenas luzes; uma voz saudava o novo presidente americano... para trás, minha família, meu país, e eu também. Vinte de janeiro. Inesquecível data! Um trajeto sem chance de volta.



Suzana Guimarães

Nota: Publicado originalmente no Facebook.



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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Eu pinto o meu cabelo branco, mas...




(arquivo pessoal de suzana guimarães)

Eu pinto o meu cabelo branco, mas antes:


Você emagrece;
Você larga seus cacoetes chatos;
Você ensina seus filhos a evitarem gravidez;
Você entra para uma academia ou começa a andar na rua;
Você corta estas unhas enormes;

Você para de comê-las, as unhas;
Você para de trocar de parceiros como se trocasse de roupas;
Você para de mentir para salvar as aparências.


Beijinho.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

No inverno, chove.


Chove há dias... chuva fina, chatinha, constante, silenciosa. Sinto falta das chuvas tropicais, dos excessos, dos relâmpagos, raios e do caos que se instala; do barulho que vem junto e faz as rezadeiras pegarem em seus terços, pedindo a Deus para não acabar com este mundo porque ainda há os pecadores... Da janela dos quartos da casa, busco ansiosa por ela, mas cai fina e muito raramente bate no chão em escândalo. E quando bate, conta a minha história em minutos, posso então ver nas poças o filme da minha vida. Sou uma mulher tropical, sou quente, sou das águas, sou tudo aquilo que uma chatinha chuva, constante e frígida, não consegue alcançar. Salvo nos pingos grossos, como que a pedir-me desculpas.

Mas é tudo o que tenho e é tudo o que me resta... então, amanhã estarei novamente, nas ruas, enquanto dirijo, enquanto aspiro seus ares, curando meus machucados... alma aflita que se perdeu na América para sempre fria. E chatinha.


Suzana Guimarães

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

E abri meu coração para os iguais...
Há gente doce neste mundo, graças a Deus!
Já não posso mais com os secos e rudes.
Que chova em mim.
Amém!
Mil vezes amém.
Amem.