sábado, 11 de fevereiro de 2017

Eu tenho a quem amar


(Imagem gentilmente cedida por Daniela Ferreira)



Eu tenho a quem amar e por isso posso dizer eu te amo abrindo levemente os lábios, sem alardes, sussurrando as consoantes.

Eu tenho a quem amar e por isso falo eu te amo arredondando os lábios para que as vogais acarinhem esse objeto de todo o meu amor.

Porque é gigante, imenso como as pradarias e as trundas; lança afiada como as cataratas e em profunda singeleza como são as cordilheiras ao olharem seu deus.

Eu tenho a quem amar e isso é glória, é o troféu do homem bom; é amor tão grande que entende até as pequenezas - porque só o que é verdadeiro aceita o miúdo, o pouco, a escassez. 

Eu tenho a quem amar e em seu rosto dedilho canções, conto histórias, afasto as incertezas e tensões desse objeto de todo o meu amor

E deixo meus olhos silenciarem em devoção. 

Porque é puro, é lindo, é amor.

Eu tenho a quem amar e ao falar eu te amo 

Até meus olhos param de respirar. 

Porque esse amor é solene e meu.





segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Sobre o pão


Quando o que é novidade passa, a necessidade do pão surge.

Tira o olhar da mesmice, tira os pés, mas conserva o pão porque o buraco na boca do estômago gritará mais cedo ou mais tarde; espera só quando certo vento frio encostar em seu flanco...

Mas, a vontade do pão...

Sim, para sempre pão.


(Suzana Guimarães)