sábado, 29 de outubro de 2016
quarta-feira, 19 de outubro de 2016
SOBRE REMORSO
(Suzana Guimarães - Desenho por Hilário) |
Dizem que não podemos lutar contra o gostar, pois eu penso que sim, podemos, sim!
Gostamos, amamos e odiamos de acordo com nosso querer e interesse... de acordo com o nosso estado, se propício ou não... de acordo até com o sistema de meteorologia. Um vento que bate forte e pronto, o que era lindo vira monstruoso, ou o contrário.
Só não podemos mesmo contra o remorso.
Remorso é uma terceira categoria, que vai muito além de purgatório e inferno. Remorso é senhor impiedoso, sem hora e consolo. Apunhala quando quer, o tempo que quer e não aceita esquivas.
Por Suzana Guimarães
terça-feira, 18 de outubro de 2016
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
terça-feira, 11 de outubro de 2016
Milagres
(desconheço autoria da pintura/Arraial D'Ajuda, Bahia - Brasil) |
Por mim, de nada sei que não sejam milagres:
ou ande eu pelas ruas de Manhattan,
ou erga a vista sobre os telhados
na direcção do céu,
ou pise com os pés descalços
bem na franja das águas pela praia,
ou fale durante o dia com uma pessoa a quem amo,
ou vá de noite para a cama com uma pessoa a quem
/amo,
ou à mesa tome assento para jantar com os outros,
ou olhe os desconhecidos na carruagem
de frente para mim,
ou siga as abelhas atarefadas
junto à colmeia antes do meio-dia de verão
ou animais pastando na campina
ou passarinhos ou a maravilha dos insectos no ar,
ou a maravilha de um pôr-de-sol
ou das estrelas cintilando tão quietas e brilhantes,
ou o estranho contorno delicado e leve
da lua nova na primavera,
essas e outras coisas, uma e todas
— para mim são milagres,
umas ligadas às outras
ainda que cada uma bem distinta
e no seu próprio lugar.
Cada momento de luz ou de treva
é para mim um milagre,
milagre cada polegada cúbica de espaço,
cada metro quadrado da superfície da terra
por milagre se estende, cada pé
do interior está apinhado de milagres.
O mar é para mim um milagre sem fim:
os peixes nadando, as pedras,
o movimento das ondas,
os navios que vão com homens dentro
— existirão milagres mais estranhos?"
Walt Whitman, in "Leaves of Grass"
segunda-feira, 10 de outubro de 2016
domingo, 9 de outubro de 2016
PROMESSA
Quando eu o encontrar, terei um discurso completo, flores e alguns laços, mas entregarei apenas silêncio.
Continuo na vigília da noite. Carrego em mim todas as palavras. E nenhuma. Carrego em mim, a certeza de que o encontrarei, dobrando a esquina, atravessando a rua, ou mesmo parado, estático, na praia, lá onde as gaivotas se perfilam para ver o Sol adormecer. Carrego essa certeza como carrego a mim mesma. Sou aquela que ama fatos incontestáveis. E, para mim, você é fato e inconstestável.
É noite e eu pergunto-lhe: qual palavra poderia me alcançar? Nenhuma.
Você não carrega palavras, você carrega sua alma. Você carrega um som em torno de si: meu sussurro chamando-o. Sussurro eterno.
Por Suzana Guimarães
Nota: Texto originalmente publicado em:
http://omedodesuzana.blogspot.com/2011/09/promessa.html
sábado, 8 de outubro de 2016
quarta-feira, 5 de outubro de 2016
O destino do amor onde é.
(fotografia por Luís Roberto Meneghini) |
Quem é para estar comigo está.
Caminha ao meu lado, diz docemente, olha assim também. Quem é para estar comigo não precisa ser convidado, convida-se; é.
Diz de amor e de clarezas
e eu ouço o cão ladrar, sinto os ventos do parque
_ estou sempre ao norte.
a grama parece mais verde, não; é, assim como quem está para estar comigo é,
Tudo parece uma festinha onde as risadinhas, poucos podem ouvir...
Quem não é para estar comigo,
a vida tratou de afastar
_ e a cada dia mais o sul se esvai...
Suzana Guimarães
terça-feira, 4 de outubro de 2016
Nota
Após anos, decidi reabrir a caixa de comentários. Contudo, agora, "os comentários passam por um sistema de moderação. Não serão aprovados os comentários:
- não relacionados ao tema do post;
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- com luzinhas e pequenos corações saltitantes porque pesam a página.
Suzana Guimarães, Lily
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