domingo, 28 de maio de 2017

mensajero del tiempo...



"(...) en los Andes de América del Sur, el colibrí es un símbolo de resurrección. Representa que la muerte en las noches frías retorna a la vida con el cálido amanecer. En otras culturas el colibrí representa la reapertura del corazón luego de que este ha sanado de algo que causó una herida profunda..."



27/5/2017 - não importa a duração, importa o sentimento vívido.

sábado, 27 de maio de 2017

Triste é a procura do que já encontrou.

                   
                                          Foto: SCG 

segunda-feira, 22 de maio de 2017

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sobre zona de conforto e zona de desconforto

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(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)





Outro dia, eu li que a expressão "zona de conforto" é um erro ou uma ilusão, algo mais ou menos assim. A pessoa escreve que essa zona é de "desconforto", já que, dentro dela, você não se sente bem, quer sair, quer mudar, quer que seja diferente. Só é confortável no sentido de ser conhecida. A pessoa também fala que ser feliz dá trabalho, dá sobressaltos. 

Hoje, agora, encontro-me saindo de uma zona desconfortável, enfim, graças a Deus, amém! E, reconheço, dá trabalho, local onde a preguiça não ousar chegar. 

Mudar de endereço, mesmo que você já tenha feito isso dezenas de vezes, é um pesadelo, principalmente quando você carrega muitas coisas. Meu pai dizia que felizes eram aqueles que não tinham muita coisa e, por isso, podiam se locomover mais facilmente.

Dá sobressaltos. Dá medo e dúvidas. Mas, eu só saberei se serei feliz se eu for. Se eu ficar, permanecerei em minha zona de "desconforto", que já provou que é mesmo desconfortável, por longos sete anos, ou menos, talvez, uns três. O fato de eu já conhecer esse desconforto não ajuda em nada. 

Que eu vá! Que seja para outro desconforto, eu não sei, como saber? Só saberei se eu for. Então vou, fui. 

Volto em junho.​

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Uma carta para M.



(arquivo pessoal de SCG)



Em frente ao mar, maio de 2017, ainda primavera.


​Querida M.,


Hoje, o mar parece seus olhos, na cor, na calmaria, no brilho. É belo, assim como você, minha amiga.

É cedo, pessoas saem da igreja, eu saí, acabei de atravessar a avenida e me sentei neste Café em que estou para refletir, descansar e aguardar. Hoje, faz um lindo dia. Minutos atrás, eu senti redenção, enquanto caminhava para a igreja, enquanto lá dentro eu estava e muito mais ainda quando alcancei a rua. O mundo parecia feliz. Hoje, havia duas guardinhas de trânsito (Crossing Guards)​, e a novata estava muito sorridente, usava um chapéu de aba larga... moça alta, nova, feliz da vida. Vivo em uma pequena comunidade e eu me senti, hoje, num passado muitíssimo remoto, onde pessoas se cumprimentavam nas ruas, as mulheres usavam vestidos de saia rodada - eu estou de vestido, laranja, quase seda, quase crepe... Por segundos, naquele instante, no cruzamento de ruas, eu ouvi muito mais que todas as vozes presentes, todos os cochichos e barulhos de carros, as risadas da moça de chapéu, o "good morning" da outra... Eu ouvi além.

​Sentei-ne nesse Café por que, como eu disse, preciso estar comigo por alguns instantes. Os últimos dias foram agitados e exaustivos. Estou de mudança, vou para a costa leste americana, viverei por um certo tempo em uma megalópole, o que um pouco me preocupa pois deixei as grandes cidades há oito anos. O caminhão de mudanças já partiu, levou meu carro. Quando eu subir para o meu destino, o farei de avião. Sei, você deve estar se perguntando a razão de eu não pegar as estradas novamente... vontade dá, subir de carro, viver a experiência de trilhar o caminho pouco a pouco, hotéis baratos, a visão dos dias nascendo e morrendo e meu carro avançando. Mas, não é hora. Como eu disse, estou exausta. Dias e dias desmontando um apartamento, doando e vendendo coisas, jogando muitas outras na lixeira. Hora de reciclar! 

Parece sina, não é? Desde sempre, desde ainda dentro da barriga da minha mãe, estou locomovendo-me de residência em residência. Parei de contar, parei de tentar relembrar os nomes daquelas ruas onde vivi...​ e esse não será meu último endereço, com certeza, ficarei dois anos e depois de nada sei...

Sobre o meu sentimento de redenção, eu poderia dizer-lhe que estou a livrar-me da pena da mágoa e da raiva, principalmente da primeira. Você sabe, sou lenta em minhas emoções, preciso de tempo, muito tempo para fazer acalmar o que revira-me por dentro. Hoje, M., eu me lembrei de uma pessoa e senti com + paixão. Assim mesmo, do jeito que escrevi! Tive com + paixão por aquela insana criatura que se divertiu enlouquecendo-me. Claro, ela, a pessoa, não fazia festa, soltava rojões e gritava pelas ruas suas maldades para comigo - talvez, nem tivesse a devida consciência do mal -, mas, com certeza, antes, durante e após nossos desentendimentos, ela acariciava seu ego como se acaricia um bichinho de estimação... Livrei-me! Ela está "ferida de guerra", de suas próprias guerras, e, agora, posso parar para refletir, olhá-la e senti-la. Silenciosamente, estamos em simbiose. Nossos machucados viraram um só. Então, por isso, sinto com (ela) paixão. 

E você, M.? Como você está? Tenho notícias das suas viagens, sei dos seus bons momentos com seus filhos, mas eu queria saber mais, queria saber o que caminha neste seu coração dengoso e arteiro... quero saber como vai a vida na sua cidade. Fala-me de você por estas ruas que ainda não conheço...

O cheiro de maresia está forte. Li algo outro dia, não me lembro o autor, contudo, "Metade de mim é maresia". É a primeira vez que moro em uma cidade praiana e deixá-la já está doendo. Como quase todo morador, não "vivo" na praia, como alguns imaginam e sonham, mas eu sei que ele está ali, o mar, e sei que, quando preciso, ele me recebe, abarca-me em suas águas sempre geladas, mas limpas. 

Estou me despedindo. Estou saudosa, mas animada. Aprecio coincidências - elas não existem! -, mas sentir essa com + paixão justamente agora, nesses dias de mudança, renova minhas energias.

Brindo esse dia com chocolate quente e essa carta para você, minha querida amiga! 

Beijos!


Suzana


Por Suzana Guimarães