sábado, 31 de agosto de 2013

Epílogo de longas histórias

 
(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)
 
 
 
Sabe quando a paixão, amor, tesão, qualquer coisa que seja, mas que dura e vive e persiste, acaba? Quando a gente descobre que o outro é um chato.
 
Suzana Guimarães

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

EI!

" Engraçado como tudo na vida passa, menos a minha vontade de meter um murro na sua cara."

por Irmã Zuleide.


Suzana Guimarães, arquivo pessoal

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

CONVICÇÃO



Imagem: desconheço autoria



Ela há de vir, envolta na sua finíssima palidez, e presente será ainda mais etérea do que o onirismo agora traz. De tão bela alvura, não a das flores nem a das nuvens, e sim aquela que faz inveja aos anjos. Não assusta por ser desconhecida, é antes uma nova fome com que me devoro, já saciado que estou de tempo. Virá branda e calma, nova mãe a me acalentar, a repor no lugar os delírios que pendem fora da alma, a aliviar o peso grande demais deste coração que carrego. Num relance colocará a minha frente a parca epopeia dos meus anos, soprará deles o cinza, e sorrindo dirá, mostrando as cores reaparecidas: nem custaram tanto a passar, não é? E eu convencido, me darei um meio sorriso como presente de despedida, já que sorrisos plenos não os tive durante a vida, e seguiremos juntos por alguns momentos, discutindo quem sabe, o lirismo que desperdicei. Depois, ela imponente e serena seguirá com seu sorriso tranquilo. E eu..."  – (Dário B.)

domingo, 4 de agosto de 2013

MEDO DE SUZANA




 Daniela Ferreira, em ar blasé 


Dizem que os homens têm medo de mim. Bem sei disso, minha inteligência corta-os em fiapos. É porque são burros, se o contrário fossem, fariam riqueza com os fiapos, conquistariam terras distantes. Sou a mulher que não se intimida por não saber, mas, cuidado, seja mestre ao ensinar, pois uma expressão arqueada o observará. Jamais lhe darei certeza de coisa alguma, pois não sou vaso de planta para ser arrastada, ora pra sombra, ora pro Sol. Sou qualquer grama, flor, matinho que se expande em terrenos férteis. E tenho dó dos que me imaginam galgando terrenos arenosos e secos. Busco quem me água. Choro por um, hoje, amanhã, renasço com a piscada de olho de um outro. Não são todos iguais, mas para mim apresentam-se sempre bem semelhantes. São todos muito certos de que, com eles, viverei os mistérios gozosos. Tenho dó; abre em meu rosto, cínico e pequenino sorriso, prefiro aquele que não tem certeza de nada. Ah, aprecio os verdadeiramente inteligentes! Fácil comprar pedaço de chão, carros e falsos quocientes de inteligência. Difícil pagar pela compreensão oriunda de fontes naturais. Sábios não fazem alarde, mas também não são toupeiras chocando pedras nos pastos. 

Dizem que os homens têm medo de mim... Não, não se trata de medo, bem sei disso. Eles apenas sabem que sou tudo o que eles queriam ser. 


Por Suzana Guimarães

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

O SANGUE NÃO É VERMELHO, é da cor da sua alma.

Imagem encontrada na Internet

O sangue não é vermelho, é quase marrom, é quase roxo, é humano. Ele pinga num passar lento e eu vou à uma festa, logo mais, comemorar alguns poucos anos de vida... A bolsa de sangue, por horas, é tudo de bom que posso ver nesta vida quase maldita, quase porque a gente fica pendurado nela para testemunhar o outro. Somos testemunhas, o espelho, o documento assinado do nosso semelhante. Tão simples!

Uma pequena bolsa transparente dando sangue em gotas lentas... De quem é esse sangue? De alguém que se encontra em plena saúde e máxima doação, a máxima do amor. Penso que há muitos querendo doar mijo e cocô, enviados em papel de presente, nem que, para isso, gasta-se horas, fazer, colher, comprar uma caixa e um papel bem bonito... enviar, deixar na porta do outro, com votos de felicidades. Há quem envia bombas, também. Fotos de traição, sapo com a boca amarrada...

De quem é, não sei, só sei que, por horas, meus pensamentos, os melhores, são dele ou dela. Alguém prontificou-se a doar algo que nada custa... o que custa é o trabalho da locomoção, a picada da agulha, a espera, o tempo. Mas, tudo isso é apenas testemunho, seu ato para comigo diz quem você é e a lei da vida, de queixo na mão, aguarda.

Por Suzana Guimarães