quarta-feira, 4 de novembro de 2015

(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)


É melhor quando eu falo do que quando calo-me. Meu filho costuma dizer que eu brigo com todo mundo. Sim, brigo, inclusive comigo mesma, diariamente, porque é melhor quando eu falo do que quando calo-me. A palavra certa não seria briga, mas, sim, maus momentos, porém, se eu ainda estou dando-lhe atenção é porque você continua importante para mim - tem gente que nunca deixou de ser. Certa vez, alguém me disse, "Grande coisa estarmos bem ou não!". Nunca mais o vi, nem ouvi falar, restou a sombra da lembrança de uma memória excelente e só. Se você me valoriza, eu cresço e isso não significa dependência emocional; é apenas isso, eu cresço porque sou bem melhor se estiver servindo para fazer outros felizes. Costumo calar-me e isso soa antagônico, porque sou falante, entretanto eu sei calar-me temporária, breve ou eternamente. Melhor, eu falando, assim entendo. Triste é o silêncio do túmulo. Não! Nem esse. Triste é o silêncio do desconsiderar.


Em um ano que se finda...


Por Suzana Guimarães