domingo, 16 de outubro de 2011

A MOÇA DE LONGE ENVIOU-ME UM TEXTO... a moça se chama Samara Bassi.




(fotografia de SCG, arquivo pessoal)


Que apesar das minhas ausências, suas portas estejam também abertas às minhas andanças, tão nuas, e cruas
como aquelas que em lua cheia, refletem sem pretensão alguma, sua face distraída, debruçada na janela, num vento frio de minuano, e sangue quente, vertendo vermelho tinto, o vinho de colorir caminhos.


Andarilha como as luas e as manhãs que caminham sem saber pra onde, sem saber por quê.
Mas conhece das belezas disponíveis, aquelas mais simples que em lugares de gelo, aquecem o coração como aquele café quente descendo garganta abaixo e fumegando os pensamentos viajantes como grãos de poeira finíssima.


Aquela moça, que mostra apenas um olhar querendo descobrir segredos daqueles cofres trancados no peito de quem passa por ela num mosaico ambulante e faces envidraçadas, emolduradas pelas ruas...

Aquela moça, de cabeça coberta, e janelas abertas que reflete a luz pelas retinas do seu questionamento ocular.

Que guarda as horas debaixo do seu cobertor cor de cinzas de fogueira recém apagada para somente aquecer os pés e leva num sorriso desmedido, um tamanho incrível de fazer sorrir.



Por Samara Bassi, para mim.