segunda-feira, 4 de maio de 2015

Suzana sem freios



(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)

Só agora dei-me conta de que estou há dezoito anos comemorando a maioridade. Fazendo contas, para esclarecer, tenho 48 anos, então, estou  desde os trinta anos bem pior do que eu era. Porque eu era bonitinha e boazinha e só de vez em quando eu surtava. Meus surtos não foram poucos, mas, para ser franca, ah, como engoli sapos! Hoje, dezoito anos após, sou prazerosamente madura e isso significa que não dou satisfações, não explico direito, debocho e espano a sua cara quantas vezes eu entender interessante porque, passando a vontade, abstraio-me e vou para onde bem quero; sem você no pensamento, claro, sem qualquer coisa. Viver de verdade é algo meio que ser nada, ser vento, ser à toa, ser mesmo qualquer coisa. E qualquer coisa é melhor que gente chata e pequena. É isto: sou maior de idade. Eu sei a minha. Você sabe a sua?


P.S.: perdi os freios. Não me socorra, por favor!