sábado, 9 de março de 2013

HÁ QUEM PREFIRA MIGALHAS AO PÃO

 

Ontem, à noite, bateu-me algo maior que eu..."Parece que algo em mim, por dentro, vai tombar, algo horrível...", e, na ânsia de desviar a rota, escrevi para alguns amigos, pedi socorro. Um deles, o mais querido, foi cuidar de sua horta, foi dar leite para o gato, ocupou-se em juntar migalhas para formar um pão. Hoje, pela manhã, quatro mulheres já estavam na caixa de meus e-mails, passeando em espírito aqui na minha casa, pedindo às luzes, alento para mim... Algumas pessoas não entendem, outras, sim, se sou um sussurro, um caminho, um grito ou mesmo um exemplo, ou uma diversão, se sou indisponível, importante, se posso tocar sem colocar as mãos ou perceber e compartilhar sem estar perto é porque alguém se preocupou em cuidar disso. No livro "Não apresse o rio, ele corre sozinho", a autora nos diz que não se pergunta "posso carregar suas malas?", simplesmente, carrega-se. Pois bem, há muitos desejosos de compartilhar o que carrego em minha malas porque eles pensam precisar, mas poucos ajudam a aliviar o peso. Se você me quiser, sopre vento fino e manso, porque vendavais só me assustam, e também me assusta a total falta de preparo de alguns em lidar com o que não podem entender ou aceitar. Infelizes esses que não compreendem nem uma migalha de pão de si próprios.
 
 
Por Suzana Guimarães.
 
 
 
Texto originalmente publicado em 6 de março de 2013, em minha página no Facebook.