segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

AMOR E SEXO NA INTERNET

Suzana Guimarães, By  Hilário

A criação com toda certeza está preocupada... Do outro lado do mundo, fetos femininos são abortados, meninas morrem cedo, de fome ou abuso sexual. Abortos são feitos clandestinamente após estupros, que, a cada dia, elevam os números das estatísticas. Há uma gente impotente de tanto usar droga e álcool. Do lado de cá, mais estupros, mais descuido, mais abortos e o ato sexual humano está perdendo para o coito do cão com a cadela, no meio da rua.
 
Para completar, as pessoas decidiram amar e fazer sexo via computador, como se não estivéssemos em pleno século XXI, como se não houvesse aviões subindo e descendo em pistas por este mundo afora, como se as facilidades não fossem tantas! Parece que ainda tudo se faz na espera dos grandes navios mercantis. Como se não vigorasse a Lei do Divórcio na maioria dos países... não menciono obviamente as nações onde ainda os direitos humanos não são respeitados em sua íntegra, onde os costumes são os mesmos de trezentos anos atrás...
 
Pelo amor de Deus, pelo amor da criação, que amor é esse que não pode ser tocado, suado, trocado, feito, experimentado? Que papo é esse? O medo das doenças sexualmente transmissíveis é tão grande assim? Ah, medo, tempo... só falta agora me dizerem que papai noel realmente existe. A palavra é 'escapismo'. Intolerável cotidiano que me leva ao computador para sonhar com uma imagem e alguns sonetos doces de amor. E, então, o dia se faz cor-de-rosa e as noites azuis da cor dos olhos do(a) amado(a).
 
Amor adolescente. Tive um aos quinze anos. Mas, ele falava comigo, me dava carona, emprestava-me o seu caderno de matemática, ria, me ouvia, contava casos. Amor no Egito? As famílias escolhem os noivos e fazem o casamento e todos dizem amém. É para o bem deles mesmos, para as famílias e a comunidade. As famílias se fazem e se perpetuam por décadas na mesma vila... outros costumes, outros mundos. E é melhor eu parar por aqui porque eu tenho opinião sobre certas coisas, mas dispenso o levante da bandeira. Não é da minha conta. Nem o sexo e o amor dos outros, mas, puta merda, estou neste mundo e me deram boca para falar, olhos para ver e mãos para escrever. Não sou aquele macaco todo medroso, tampando tudo, para não saber, não tomar conhecimento, nem enfio a cabeça para dentro da terra, deixando somente pés e bunda à mostra.
 
Triste humanidade... o que mais temos de humano deixamos registrado somente em casas comerciais, alguma coisa 'ponto com'.
 
Quem possui um vibrador sabe, é interessantíssimo no primeiro dia. Bom na próxima semana e péssimo para sempre, quando usado na solidão de uma cama. Se for a dois, continua bom, se não, melhor lançar na lixeira. Falta braços, falta pernas, cheiros, pele.
 
E o amor? Tão lindo! Não paga conta, nem a do hospital.
 
Continue, continue com teu grande amor virtual e depois me diga quem foi que lhe estendeu a mão quando você se estrebuchava de dores no chão.
 
Por Suzana Guimarães