domingo, 8 de março de 2015

EM ÁGUAS

(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)



Embalsamada minha alma...
Tranquei-me em luto branco
Fechei boca,
Ouvidos...
Entrefechei os olhos.
Os ventos secaram as lágrimas
O tempo ganhou

Fui para a praia
Areias brancas
Palmas brancas
Mar branco, céu branco, eu, um conjunto.

Atirei-me ao mar
Misturei-me às espumas
Entreguei-me às ondas

Sou silêncio.
O grito morreu faz tempo na garganta trancada.

Sou um som antigo...
Embala-me, mãe, embala-me.

Por Suzana Guimarães.