quinta-feira, 1 de novembro de 2012

PARA PENSAR


 
Quando você tiver tempo para mim, eu irei sorrir, distante. Tenho ido à Monrovia, onde eu teço longas tranças, largas ou estreitas, sedosas... O tempo lá alcança-me, abraça-me e me diz que a gente só entende, quando a gente para. Querendo ou não, sou obrigada a estar lá, e venho aprendendo a arte dos sorrisos internos, independentes, livres. Durante cinco dias da semana exercito a ciência da espera calma, aprendo que uma certa organização sempre se faz necessária e, em Monrovia, eu venho entendendo que você apenas me desorganiza para nada. Você quer o nada e o tempo na Monrovia também nada quer, apenas se faz presente. Então, eu vou praticando até o dia em que você chegará, mais uma vez, e eu irei apenas sorrir, distante.

Por Suzana Guimarães