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O sangue não é vermelho, é quase marrom, é quase roxo, é humano. Ele pinga num passar lento e eu vou à uma festa, logo mais, comemorar alguns poucos anos de vida... A bolsa de sangue, por horas, é tudo de bom que posso ver nesta vida quase maldita, quase porque a gente fica pendurado nela para testemunhar o outro. Somos testemunhas, o espelho, o documento assinado do nosso semelhante. Tão simples!
Uma pequena bolsa transparente dando sangue em gotas lentas... De quem é esse sangue? De alguém que se encontra em plena saúde e máxima doação, a máxima do amor. Penso que há muitos querendo doar mijo e cocô, enviados em papel de presente, nem que, para isso, gasta-se horas, fazer, colher, comprar uma caixa e um papel bem bonito... enviar, deixar na porta do outro, com votos de felicidades. Há quem envia bombas, também. Fotos de traição, sapo com a boca amarrada...
De quem é, não sei, só sei que, por horas, meus pensamentos, os melhores, são dele ou dela. Alguém prontificou-se a doar algo que nada custa... o que custa é o trabalho da locomoção, a picada da agulha, a espera, o tempo. Mas, tudo isso é apenas testemunho, seu ato para comigo diz quem você é e a lei da vida, de queixo na mão, aguarda.
Por Suzana Guimarães