Eu somava, juntava os pares, estava decidida a entender o que crescia silenciosamente em mim, talvez, uma consciência maior. Após assertivas mudanças, a gente descobre nossos hiatos, aquelas partes que ficaram sem compreensão... Eu descobri num dia qualquer, sem fazer esforço, suavemente, como um agrado, um toque na alma, descobri que a minha tão adorada e excelente memória passou a prejudicar-me, então, o melhor a fazer é deixá-la um pouco de lado, melhor, talvez, esquecê-la. E por que não? Eu mesma serei esquecida após a minha morte. Eu sou esquecida o tempo todo para ser mais exata. E em inúmeros momentos, desejo inclusive esquecer-me.
Amante da verdade, decidi me casar com o amor. Quando foi que eu passei a entender que um é sinônimo do outro? Nunca foram!
Sem desprezar a verdade e sem renegar a minha tão querida memória, dou-me de presente o amor. "A verdade dói o amor também". A Rose escreveu essa frase e eu que vinha pensando, desgastando-me atrás de uma equação mais feliz em minha vida, decidi esquecer que é o mesmo que parar de somar ou multiplicar.
Essas verdades passadas estão machucando o meu amor. Daqui a pouco, não amarei mais ninguém. É questão de salvação. Toda verdade liberta, mas a memória parece encarcerar a vida. Pior de tudo, parece machucar o amor.
Por Suzana Guimarães
(Nota: continuo em férias)
Eu me sentia assim também, até me convencer que essa parte da memória era um baú pesado, que eu carregava pra cima e pra baixo, sem necessidade. Esvaziei o baú, mas ainda assim pesava, então larguei por aí. Não lembro onde, porque a memória já não é mais a mesma. Alguém já falou (e pra continuar coerente, não lembro quem), que o passado só é bom, por ser passado. Acho que é isso. Bjo.
ResponderExcluirVocê está certo! Nem esvaziar resolve. O ideal é deixar num canto qualquer. Beijos!
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