domingo, 9 de outubro de 2016
PROMESSA
Quando eu o encontrar, terei um discurso completo, flores e alguns laços, mas entregarei apenas silêncio.
Continuo na vigília da noite. Carrego em mim todas as palavras. E nenhuma. Carrego em mim, a certeza de que o encontrarei, dobrando a esquina, atravessando a rua, ou mesmo parado, estático, na praia, lá onde as gaivotas se perfilam para ver o Sol adormecer. Carrego essa certeza como carrego a mim mesma. Sou aquela que ama fatos incontestáveis. E, para mim, você é fato e inconstestável.
É noite e eu pergunto-lhe: qual palavra poderia me alcançar? Nenhuma.
Você não carrega palavras, você carrega sua alma. Você carrega um som em torno de si: meu sussurro chamando-o. Sussurro eterno.
Por Suzana Guimarães
Nota: Texto originalmente publicado em:
http://omedodesuzana.blogspot.com/2011/09/promessa.html
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