(fotografia de Suzana Guimarães - arquivo pessoal) |
sábado, 12 de novembro de 2011
A[S]SIM
É mais ou menos assim, sou ave que não se pega, penhasco que não se alcança, essência que não se farta. Sou o beijo que deixei de dar, a lembrança do que dei e pedi, e também o sonho daquele que darei. Sou a água fina que escorria da bica, no quintal da casa grande. A casa era maldita, mas havia poesia por lá, os passantes a deixavam, os pássaros, o riacho escondido atrás do morro.
É mais ou menos assim, sou um bicho arisco, forte, perigoso porque conheço o medo, sou muitas vezes a bebida amarga além do gosto da boca, a comida que desce agarrando, mas posso ser o único alimento que alimenta teu vazio, teu buraco em meio ao peito. É mais ou menos assim, sou excesso de vírgulas para você saber que imponho limites, mas sou também reticências, sou promessa concreta, pois desconheço sonho sem pernas, desconheço palavras sem ação.
Sou mais ou menos, nunca serei o que habita entre os dois.
Por Suzana Guimarães
14 comentários:
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Como é bom vir aqui aprender contigo, Lily, sempre. Um beijo.
ResponderExcluirLoura???
ResponderExcluirBem, não vim olhar, vim como o Dario, para aprender, aprender você, que preciso sabê-la bastante pra dar luz de Suzana aos olhos do morto que precisa responder aquela carta. Ele vai indo bem, saudável, até onde pode ser saudável um defunto que, descobri ontem, nem ossada tem mais. É pó, e é do pó que virá a resposta!
Beijos
“...alimento que alimenta teu vazio, teu buraco em meio ao peito...”
ResponderExcluirKkk... aaah língua portuguesa a brasileira... todas as possibilidades, a dualidade dos sentidos... Podemos falar coisas que dão uma profunda leve do ser, mas podemos já aproveitar da mesma fala pra responder aqueles que têm interesse de aproximar por razões nebulosas.
Mas amiga fada, realmente a arte de escrever é dom, como bem diz naquilo que não pude ser fui aprendiz, pois só assim evoluímos quando reconhecemos as limitações, não como fracasso mas perceber que cada um tem o seu espaço pra conquistar, com tens feito em cada dia de sua vida.
Bjão querida SuzLy,
Kkkkk imagino sua carinha ao escrever isso e aquela risada, kkkkk.
Bem que falou da lourice....
ResponderExcluirÉ bem gostoso quando a gente percebe que a essencia da vida vai além do mais ou menos.
É o saber perceber e utiliza-los na hora certa.
Nada morno sabe bem.....
bjo procê
Uma linda, isso sim!
ResponderExcluirTambém sou vírgulas e reticências, Suzana, e parênteses porque sou protetora e gosto de proteção.
Corajosa a tua descrição, inteira.
Gostei muito.
Obrigada por iluminar meu blog com a tua presença.
Um beijo.
Retornei
ResponderExcluirpois de repenti me deu uma saaaaudades!!!!
bjinhos SuzLy
E eu sigo decorando o pouco que me chega. E vou te aprendendo. bacio
ResponderExcluirPs. o silêncio me abraçou desde cedo. Estou meio sem vontade. meio sem ânimo. Tudo passageiro. É apenas cansaço. Pass. Sempre passa...
Indefinível porque não está no meio e tampouco nos extremos :)
ResponderExcluirbeijoss
Que palavras carregadas de sentidos.
ResponderExcluirGostei daqui!
Grande Beijo.
Você é um pouco de tudo isso e muito mais do que as palavras que transbordam em sentimentos...
ResponderExcluirLindíssimo!
Beijos, querida!!
Está mais lindona Su.
ResponderExcluirSabe amada? Quando te leio percebo tantas coisas lindas.
Queria um dia conversar contigo olho no olho.
É que tuas verdades são conteúdos preciosos.
Sinto sem tocar.
Beijinho
Belas e fortes palavras compondo tua descrição e tua essência...adorei!
ResponderExcluirNão importa o que a pessoa vai encontrar, mas é imprescindível que você saiba quem é você por inteira. Caso haja algum recôndito que você não conseguiu explorar...farão juntas
ResponderExcluirE você é aquela que, quando abre a boca, me estremece. Sua linda!
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