O criador, em seu infindo poder, mostrou-me que, quem pede um caminho,
domingo, 16 de outubro de 2011
SOBRE A VERDADE
Eu, em minha finita humanidade, criatura que sou, pedi ao criador o caminho.
Eu, em minha infinita ingenuidade, aleguei coragem e força.
Recebi um mapa, uma trilha, uma estrada...
Antes de iniciar a rota, desisti.
Senti então o empurrão, aquele indubitável e fui.
O criador, em seu infindo poder, mostrou-me que, quem pede um caminho,
pede a verdade.
Dei de cara com ela, assim que alcancei a soleira da porta de entrada,
o fim da trilha, um mapa já podendo ser rasgado.
Era noite, era manhã. Era tarde.
Era dia, mês e décadas, pareceu durar séculos.
Era a verdade.
Sem hora, sem fantasia
Senhora de mim
Ó, criador, voltasse o tempo para trás, pois eu, humana, preferiria a mentira.
Era tarde.
Minha senhora mostrou-me o céu, marrom, da cor do desgosto.
Minha senhora mostrou-me o chão, movediço, traiçoeiro.
Lançou em mim as jóias, que eram falsas...
e toda a comida do mundo, sem gosto.
Arrancou minhas vestes e apontou um bueiro
Mandou que eu olhasse
Vi a escuridão de uma alma
Ouvi o meu berro.
Por Suzana Guimarães