quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Espera aí! O que é pouco? O que é muito? Basta; sério?



(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)


Pensando, pensando... Trinta dias é tão pouco, nem os vejo, assim como não vejo trinta pingos de chuva em meu corpo, sequer no asfalto. 'Vejam lá, o semáforo para pedestres abriu, vamos, corram!'. E ficam aqueles trinta no chão que os evapora... E sessenta dias? Também pouco! Noventa? Mais ainda. Pouco. Pouco e eu sei sorver um sorvete numa engolida só, sei muito bem fazer descer uma taça de bebida forte goela abaixo, sei receber amor e sei doar. Mas, seis meses também é muitíssimo pouco. Como pode? Vim das Crônicas de Nárnia, Luís? Conseguiu você analisar matematicamente a caixa de Suzana esteticamente posicionada no rasgo que desce pescoço abaixo? Não, eu sei. Em trinta, sessenta ou mesmo três vezes trinta dias, eu mal atravesso a rua, imagina então um inventário de mim, de nós, de tudo, das histórias vividas. Não posso! Vim de Nárnia. Converso com cavalos que sorriem para mim e fico sabendo das aventuras do mundo - eles sorriem, " Tudo mentira, Suzana, somos apenas pescadores de almas entristecidas banhadas em bronze, dos bem puros e duros!". Sou ficção, não galopo em noventa dias, imagina então em trinta? Seria mesmo isso? Sou espectro de gente, nado todos os dias nos mares da ilusão. Sou a palmatória do tempo. Bato nele quando ele corre? Contaram-me também, os cavalos, que em um dia alguns mudam de nome e país, atravessam a nado todos os canais do tédio. Ai, sou um fardo! Peso em mim, peso em você. Pesei o mundo. Mereço a morte através dos pontudos ponteiros de um velho relógio. Sei da potência de um dia, da força vibratória, do barulho que um corpo faz por dentro em dez minutos ou menos, certo, dois, três segundos...parece um ronco de motor, parece o eco de uma gruta trancada no mais profundo dos solos, de onde eu grito: como? Como podem sorver assim a glória e a desgraça da existência?


Por Suzana Guimarães



Nota: Publicado originalmente no Facebook, em 30 de dezembro de 2014, às 22:36.

domingo, 28 de dezembro de 2014

Nota:


(arquivo pessoal de Suzana Guimarães)


Nota:


Aprendi com ele: não sou reação à ação de ninguém. Reajo quando bem entendo. (meu querido Dr.J.) 

Vivo por conta de meus próprios anseios, traumas, alegrias e conquistas. Calço meus próprios sapatos, não uso sapatos de outros pés de forma alguma - nem desejo isso! Não sorrio ou choro porque você fez ou não festa para mim. Tudo que falo, escrevo e faço é resposta do meu interior para qualquer um, salvo explícitas exceções. Normalmente, só faço o que quero e não me importo com o que você pensa. Finjo a maior parte do tempo; finjo que não estou vendo você alma adentro porque sua alma é sua e é você quem tem que cuidar dela. Amo quem eu quero e não me sinto com obrigação de dar explicações, nem para o meu amado, sim, amarei até quando eu assim desejar.

Aproveita tudo o que lhe pertence e seja feliz!

Eu continuarei agindo ou não de acordo com minhas vontades, mas não se esqueça, tenho corpo sensível, vejo sem precisar olhar.


Suzana Guimarães